Marchas

Fases normais da marcha




Marcha Atáxica

Ataxia reflete uma condição de falta de coordenação dos movimentos podendo afetar a força muscular e o equilíbrio. É normalmente associada a uma degeneração ou bloqueio de áreas específicas do cérebro e cerebelo. Tem como principais consequências a disartria, dismetria e a tão característica marcha ebriosa ou  atáxica.

Esta marcha é proveniente de um distúrbio que afeta o controle postural e a coordenação dos movimentos das múltiplas articulações. A falta de equilíbrio se manifesta principalmente na posição bípede ou durante a marcha, melhorando na posição sentada ou deitada, isso resulta da disfunção em um ou mais locais do complicado sistema responsável pelo equilíbrio e deambulação. O paciente está a par do distúrbio de movimento e adota estratégias compensatórias para realizar as funções. Possui três tipos principais de ataxia: sensorial, labiríntica (vestibular) e cerebelar; algumas doenças como a esclerose múltipla e a ataxia de Friedreich demonstram ataxias mistas, enquanto os sintomas podem ser o resultado de dois ou mais dos grupos acima.


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Marcha Ceifante

Marcha ceifante ou hemiplégica é o padrão espástico de marcha que é caracterizado por uma incapacidade em aumentar a velocidade de locomoção ou adaptar-se às irregularidades nas condições do solo, além das dificuldades em elevar o pé durante a fase de oscilação da marcha. 
Essa marcha é encontrada nas hemiplegias espásticas, que são causadas após doenças neurovasculares, como derrame ou acidente vascular cerebral (AVC) que envolvem o hemisfério cerebral ou o tronco cerebral. Nela, o membro inferior encontra-se estirado sobre o solo, o pé em ligeiro equino e, às vezes, os dedos flexionados. O membro inferior se torna rígido e aparentemente maior que o oposto. Quando quer andar, o paciente leva o membro estirado inicialmente para fora, por ser demasiadamente longo, depois, para frente, descrevendo um movimento de circundução ao redor da coxa, como se ceifasse a terra.
Os desvios de marcha em pessoas hemiplégicas são de acordo com anormalidades biomecânicas e cinesiológicas e em termos de perda de mecanismos de controle motor programado centralmente, como flexão plantar no contato do calcanhar, do tornozelo desde o contato do calcanhar até o apoio médio, perda da combinação normal dos padrões de movimento no final do apoio (extensão de quadril, flexão de joelho e extensão do tornozelo) e no final do balanço(flexão do quadril com extensão do joelho e flexão do tornozelo).
Os músculos afetados são: Tibial anterior (enfraquecido), flexores dos dedos dos pés (espástico), flexores de quadril (encurtados), adutores ( encurtados), flexor plantar (espástico), glúteo máximo (espástico), tríceps sural (espástico), extensor do punho (enfraquecidos), flexor dos dedos (espástico), bíceps e tríceps do braço (enfraquecidos), isquiostibiais (espásticos), fibular longo e curto (enfraquecidos).
Os tratamentos são elaborados para ajudar o paciente a reaprender o controle postural e padrões de movimentos básicos e tem como objetivo: Reestabelecer o controle postural (reações de endireitamento, de equilíbrio e de proteção); Normalizar os impulsos táteis, proprioceptivos e cinestésicos; Facilitar os padrões de movimento normais dentro de uma habilidade funcional; impedir que as contraturas provoquem deformidade e dor através da manutenção de alinhamento articular normal; inibir padrões de movimentos indesejados. Onde primeiro são feitos os procedimentos e considerações necessários para o reestabelecimento do controle postural e depois são realizadas projeções para melhorar as habilidades funcionais seletivas.



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Marcha Ceifante Bilateral

Também conhecida como marcha em tesoura. Os dois membros inferiores estão enrijecidos e espásticos, permanecendo semifletidos. Os pés se arrastam, com as pernas se cruzando na frente durante a marcha, lembrando uma tesoura. É freqüente nas formas espásticas da paralisia cerebral, mas também podem ser vistas em pacientes com Esclerose Múltipla ou AVC dos 2 hemisférios cerebrais.



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Marcha Coréica

Durante o andar o corpo oscila para a direita e para a esquerda, para a frente e para trás; os passos são irregulares e desordenados, simulando queda iminente e obrigando o doente a parar para equilibrar-se.
Pacientes com movimentos coréicos: esses movimentos são movimentos involuntários de tipo anárquico e não repetitivos, associados a várias patologias do sistema nervoso, sendo as mais comuns a Coréia de Sydenham e a Coréia de Huntington. A primeira está associada á infecção pelo estreptococo beta-hemolítico, frequente em crianças e que merece, além do tratamento específico, investigação cardiológica, pela possibilidade de lesão das válvulas do coração. A profilaxia com penicilina benzatina a cada 21 dias deve ser instituída para evitar futuras recidivas com possibilidade de lesão cardíaca. A segunda é uma doença degenerativa familial, de curso progressivo e sem terapia curativa. Os movimentos coreicos também podem ser vistos em portadores de paralisia cerebral de forma córeo-atetósica).




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Marcha Escavante

Típica do paciente com neuropatia. Também conhecida em decorrência disso de marcha neuropática. Quando o doente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, a ponta do pé toca o solo ao caminhar e tropeça. Para evitar isso, levanta acentuadamente o membro inferior.



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Marcha Miopática

Também chamada de Anserina, essa marcha típica dos pacientes portadores de miopatia como Duchenne ou Becker por exemplo. Nela, há oscilações da bacia, as pernas estão afastadas, há hiperlordose lombar, como se o paciente quisesse manter o corpo em equilíbrio, em posição ereta, apesar do déficit muscular. A inclinação do tronco para um lado e a para o outro confere á marcha a semelhança da marcha de um ganso, daí o nome anserina. Este tipo de marcha pode ser encontrada em qualquer processo que cause fraqueza dos mm. pélvicos, como nas polineuropatias pseudomiopáticas, miosites e poliomiosites.



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Marcha Parkinsoniana

Ou Festinada ou Simiesca ou ainda conhecida como Petit Pass da Doença de Parkinson. devido os pequenos passos, com festinação e bloqueios. A marcha se faz em bloco, pois o paciente encontra-se rígido. A rigidez muscular generalizada torna difícil o início da marcha, dando a impressão de que o enfermo se acha preso ao solo. Às vezes, só após algumas tentativas consegue iniciar a marcha, que se realiza em passos curtos, com a cabeça e o tórax inclinados para frente. Os antebraços e os joelhos rígidos em discreta flexão. Não há o balanço dos braços como na marcha normal.



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Referências:



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