7.
COMA
É um estado de paralisia
completa da função cerebral ou um estado de não-responsividade. Resulta de um
distúrbio da função do sistema reticular ativador do tálamo e do tronco
cerebral, acima da ponte, ou de ambos os hemisférios cerebrais.
Os olhos permanecem fechados
e não existe resposta a estímulos dolorosos, não expressa comunicação verbal e
movimentos propositados da face e membros. A recuperação do TCE acontece de
forma variável e complexa.
O coma é um processo que
pode ocorrer num período de 2 a 4 semanas. A escala de pontuação clínica mais
utilizada no decorrer do estágio agudo de recuperação é a Escala do Coma de
Glasgow, que serve para avaliar o nível de consciência do paciente e a
gravidade da lesão e seu controle evolutivo ou involutivo. O estado do Coma
revela um quadro de sonolência, delírio, déficit de consciência, consciência
(memória recente), numa seqüência para a responsividade.
As respostas motoras são
testadas por meio de estímulos nociceptivos, ou seja, através de pressão ungueal,
supraorbital e mentoniana. Os sinais oculomotores e pupilares orientam o
diagnóstico e gravidade do Coma – tronco cerebral.
A Escala do Coma de Glasgow
pontua três tipos de respostas:
Abertura dos olhos
Melhor resposta motora
Reposta verbal
A Escala do Coma de Glasgow
apresenta uma faixa de pontuação entre 3 e 15, e pontuação de 8 ou menos
(Coma), pontuação de 9 ou mais (fora do Coma). A Escala dos Resultados de
Glasgow pontua quatro estados do paciente:
Estado Vegetativo –
responsividade reduzida associada com o alerta, podendo exibir abertura dos
olhos, sucção, bocejo e respostas motoras focais.
Incapacidade Grave –
consciência, mas com dependência durante as 24h do dia, dada a incapacidade
cognitiva, comportamental ou física e disartria e disfasia.
A Escala dos Resultados de
Glasgow pontua quatro estados do paciente:
Incapacidade Moderada –
independência para as AVD’s, no lar e comunidade. Pode revelar alterações de
memória e personalidade, hemiparesia, disfagia, ataxia, epilepsia ou déficit
dos nervos cranianos.
Boa Recuperação – reiteração
a vida social e trabalho normalmente. Pode apresentar sequelas leves.
A - Abertura dos Olhos
Escore:
Espontânea 4
À fala 3
À dor 2
Sem resposta 1
B - Melhor Resposta Motora
Escore
Segue comandos motores 6
Localiza 5
Retira 4
Flexão normal 3
Resposta extensora 2
Sem resposta 1
C - Resposta Verbal Escore
Orientada 5
Conversação confusa 4
Palavras inadequadas 3
Sons incompreensíveis 2
Sem resposta 1
Escalas de pontuação para
descrição dos comportamentos dos pacientes com prejuízos de cognição:
Escala Cognitiva do Rancho
Los Amigos – oito níveis (sem resposta, resposta generalizada, resposta
localizada, confuso-agitado, confuso-inadequado, confusoapropriado,
automático-apropriado e proposital-apropriado).
Escala Continuum Cognitivo –
cinco níveis (prontidão, atenção, discriminação) organização e funções
cognitivas de níveis mais elevados).
7.1
Escala de Glasgow
A escala de coma de Glasgow
foi realizada em Glasgow (cidade da Escócia) durante a década de 70. Consiste
em um método confiável que tem como objetivo registrar o nível da consciência
de um indivíduo que sofreu um traumatismo craniano encefálico (TCE) e em casos
críticos do sistema nervoso central, choque ou fatores que possam diminuir o
nível de consciência, realizado em fase inicial e contínua. Pode ser utilizado
para gerar o prognóstico do paciente e se torna importante para possíveis
sequelas. São avaliados três parâmetros: abertura ocular, resposta verbal e
resposta motora. Em cada uma das três categorias, os médicos atribuem uma
pontuação para cada nível de resposta.
Os pontos de cada resposta,
segundo uma tabela da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, são:
Se a soma dos resultados
ficar entre 3 e 8, o trauma é considerado grave. Entre 9 e 12, trauma moderado.
Entre 13 e 15, trauma leve. O nível 3, que é o mínimo, significa que a pessoa
não abre os olhos, não fala nem se mexe ou reage a estímulos. O nível 15, que é
o máximo, significa que a pessoa abre os olhos espontaneamente, fala
coerentemente e obedece a comandos para se movimentar. Os níveis intermediários
dependem da soma de pontos em cada uma das três categorias avaliadas (abertura
ocular, resposta verbal e resposta motora).
7.2
Escala cognitiva do Rancho Los Amigos
A Escala Cognitiva Do Rancho
Los Amigos auxilia os profissionais médicos a avaliar a evolução da lesão
ocorrida no cérebro de um paciente que sofreu um traumatismo craniano, tendo
como base as realizações cognitivas comportamentais em coma. Faz uso de oito
níveis para a avaliação. Nas primeiras 15 semanas se torna mais útil para o
acompanhamento médico.
Nível I: O paciente não
responde aos estímulos, não possui resposta cognitiva.
Nível II: Consiste no nível
em que a resposta é de forma inconsistente, podendo responder aos mesmos
estímulos de maneiras distintas.
Nível III: O indivíduo
responde aos estímulos de uma maneira específica, podendo obedecer comandos
simples. As respostas são de forma inconsistentes e de forma localizada.
Nível IV: O paciente poderá
agir de uma forma inapropriada e se encontra em um estado confuso. A resposta
se dá de uma forma agitada e confusa.
Nível V: Consiste no nível
em que o paciente parece estar em um estado de alerta, podendo responder
comandos simples. As respostas são de forma confusa e inadequada. Quando se faz
comandos complexos as respostas poderá ser imprevisíveis.
Nível VI: Paciente
desempenha atividades básicas porém irá precisar de orientação. A resposta é
confusa e adequada.
Nível VII: O individuo que
possui a lesão cerebral poderá realizar a maior parte das atividades
cotidianas, todavia ainda possui pouca percepção da condição em que se
encontra, podendo fazer os movimentos de um modo mais rígido sem ainda
compreensão total das questões envolvidas. A resposta se dá de forma automática
apropriada.
Nível VIII: O paciente está
em uma boa orientação em relação ao seu ambiente e podendo se recordar dos
eventos passados e presentes, aprendendo novas habilidades.
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