Neurologia - Demências - Alzheimer


9. Demências

É uma patologia caracterizada por ser uma atrofia cerebral de processo difuso, com acometimentos primários e secundários, geralmente de etiologia desconhecida com forte cunho genético, com herança multifatorial e/ou adquirida. Manifesta-se em idades variadas com predominância para a senilidade. Caracterizadas por distúrbios do intelecto, do movimento, da visão, da fala, da coordenação, do equilíbrio dentre outros. Resultando uma condição biopsicossocial extremamente reservada.

9.1 Tipos de demências:
Doença de Alzheimer (é caracterizada como das demências a mais comum);
Demências Associadas a Doenças Vasculares Cerebrais;
Doença de Parkinson;
Doença de Huntington;
Complexo Demencial Associado ao HIV;
Doença Priônica;
Doença de Corpos de Lewy;
Doença de Pick;
Demência do Lobo Frontal;
Demência Associada a Doença do Neurônio Motor e Distúrbios Hereditários;
Glicose Subcortical progressiva.

9.2 Doença de Alzheimer
É a forma mais comum de demência. Caracterizada por um processo progressivo e difuso de atrofia do córtex cerebral, onde o hipocampo e o núcleo basal são as estruturas mais gravemente envolvidas, seguidas pelos lobos frontal, parietal e temporal. Apresenta um mau comprometimento da função cognitiva e exacerba-se quando exposto ao mínimo de estresse.

9.3 Epidemiologia
Acomete indivíduos no período senil – 65 anos ou mais;
Pouca determinado quanto ao sexo – feminino mais acometido;
Expectativa de vida após ser constatada a doença de 05 a 10 anos.

9.4 Etiopatologia
Desconhecida – base genética (nos cromossomos 14, 19 e 21);
TCE;
Baixo nível de instrução;
Síndrome de Down.

9.5 Mecanismo da doença do Alzheimer
Atrofia do córtex mais uma desmielinização secundária da substância branca sub-cortical. Perdas de grandes neurônios corticais mais as placas senis e emaranhados neuro-fibrilares. Déficits proteínas (apolipoproteína E; beta-amilóide). Déficit da enzima acetilcolina mais a diminuição de corticotrofina, somatostatina, serotonina e adrenalina.

9.6 Sinais e sintomas
A - No inicio:
Amnésia de fixação;
Perda crescente da memória e função intelectual;
Irritabilidade e insônia;
Ansiedade;
Depressão;
Cefaléia;
Perda funcional de orientação;
Falta de espontaneidade.
B - Mais tardio:
Disfagia;
Disprossexia;
Desorientação temporo-espacial;
Empobrecimento das funções intelectuais;
Expressão perplexa;
Alteração de humor;
Agnosia,
Afasia;
Bradicinesia, Manejo pessoal deficiente;
Diminuição do apetite;
Incontinência;
Distúrbios respiratórios
Psicose Paranóia, Alucinação e Delírio;
Alteração na marcha.
C – Na fase terminal:
Comportamento sexual inapropriado;
Perda intensa da memória;
Movimento constante de boca;
Padrão postural flexor;
Mioclonia;
Rigidez severa;
Estado de vida vegetativo.

9.7 Diagnóstico
Para que se possa fechar o diagnóstico desta patologia é necessário que se faça um apanhado geral de todas estas características ou da maioria que não haja confusão. Elas são:
Exame clínico;
Exame breve do estado mental;
Testes neuropsicológicos;
Piora progressiva da memória e outras funções cognitivas;
Ausência de distúrbio da consciência;
Início entre 40 e 90 anos;
Ausência de outros distúrbios sistêmicos ou neurológicos;
História familiar;
TC com atrofia cerebral;
Punção liquórica normal (para análise do liquor – substância que fica ao redor da medula e no SN);
Eletroencefalograma normal ou alterações inespecíficas.

9.8 Prognóstico
É importante a conscientização das pessoas envolvidas, inclusive o terapeuta, de que não há melhora. O prognóstico dependerá de fatores, como: o de quão tarde a doença foi descoberta e quão tardiamente foi iniciado o tratamento, se o tratamento é feito de forma adequada, se o paciente é bem monitorado pelo cuidador. Com essas variáveis o prognóstico passa a ser:
Progressivo;
Reservado;
De atenção multidisciplinar;
E com a conscientização sobre a morte.

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