3. Paralisias Periféricas –
LNP – Lesão nervosa periférica
Os nervos são estruturas
esbranquiçadas constituídas por feixes de fibras nervosas reforçadas por tecido
conjuntivo de fibras de mielinas, que une o SNC aos órgãos periféricos. Tem a
função de conduzir, por meio de suas fibras, impulsos nervosos do SNC para o
SNP, ou seja, impulsos eferentes e aferentes. Os nervos desse sistema se dividem em dois grandes grupos: os nervos
espinhais e cranianos. As fibras que constituem os nervos são em geral
mielínicas com neurilema. São três as bainhas conjuntivas que entram na
constituição de um nervo: epineuro (envolve todo o nervo e emite septos para
seu interior), perineuro (envolve os feixes de fibras nervosas) , endoneuro
(trama delicada de tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa).As
bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos sendo mais espessas
nos nervos superficiais, pois estes são mais expostos aos traumatismos. Durante
o seu trajeto os nervos podem se bifurcar ou se anastomosar. Nestes caso não há
bifurcação ou anastomose de fibras nervosas, mas apenas um reagrupamento de
fibras que passam a constituir dois nervos ou que se destacam de um nervo para
seguir outro. Os nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no
encéfalo.
A epidural e a dura-máter são formadas pelo
epineuro e perineuro e o endoneuro. A dura-máter protege a raiz nervosa de ser
“puxada” do forâmen. Os nervos são muito vascularizados e desprovidos de
sensibilidade (dor fantasma).
3.1
Condução do impulso nervoso:
Impulso nervoso sensitivo
(aferente) ascende para o sistema nervoso central por meio dos prolongamentos
periféricos (dos neurônios sensitivos). As fibras podem ser de grande, médio e
pequeno calibre (recoberto por bainha de mielina), sendo elas respectivamente,
A, B e C.
As fibras A são ricas em
mielina e se diferenciam em velocidade de condução, sendo elas: alfa, beta e
gama. As fibras B são pré-ganglionares, responsáveis pelo sistema nervoso
autônomo. As fibras C também são responsáveis pelo sistema nervoso autônomo,
mas são fibras pós-ganglionares.
3.2
Lesão dos nervos periféricos:
·
Laceração,
contusão, tração, compressão, fricção, isquemia, esmagamento ou secção;
·
Degeneração da parte distal do axônio e da
bainha de mielina em direção proximal até o estrangulamento de Ranvier –
degeneração Walleriana;
·
Brotamento
– penetra o tecido cicatricial;
·
Neuromas
– tecido conjuntivo mais células de Schwann e emaranhados de fibras nervosas.
·
Células
de Schwann mais as lâminas basais e os tubos circundados por tecido conjuntivo
do endoneuro;
·
Cromatólise
– Desintegração da cromatina nuclear.
Podem causar: perda ou diminuição da sensibilidade
e da motricidade; degeneração da parte distal do axônio e da bainha de mielina
– em direção proximal até o estrangulamento de Ranvier – degeneração
Walleriana.
Classificação da Lesão dos
Nervos Periféricos:
Neuropraxia – Bloqueio
fisiológico transitório;
Axoniotmese – estrutura
interna do nervo é preservada – danificação do axônio – regeneração 2,5 cm mês;
Neurotmese – lesão na
estrutura do nervo.
3.3
Reparo Tecidual
O reparo
tecidual consiste em uma reação do organismo humano à neutralização de agentes
agressores que levam a desorganização e destruição tecidual. Assim, na
reorganização da área que foi lesionada irá atuar os mecanismos de defesa,
substituindo as células e os tecidos alterados por um tecido derivado do
parênquima. A reparação feita pelos elementos parenquimatosos pode ocorrer a
regeneração que se assemelha ao tecido original. Quando grande parte é feita
pelo estroma, forma-se uma cicatriz, ou seja, um tecido fibrosado.
O reparo
pode ser pelo:
Parenquima -
Regeneração
Eestroma -
Cicatrização
Queloide -
Cicatrização hipertrófica
Dentro de
todo o processo de reparo, existem três fases: inflamatória, proliferativa e
reparadora.
A
fase inflamatória: Ocorrem sinais inflamatórios no local lesionado (como dor,
rubor, edema, calor). Inicia-se no momento da lesão e se estende por um período
de sete dias. Com esse estado inflamatório, irá preparar o local para um novo
tecido.
A
fase proliferativa: Tem seu período em até três semanas e neste tempo há mitose
celular. Irá ocorrer a reconstituição
da matriz extracelular e o desenvolvimento do tecido de granulação. Este
processo ocorre pela deposição de colágeno, fibronectina e outros componentes.
A
fase reparadora: Se encontra no período que vai da terceira semana e pode
passar de doze meses. O tecido de cicatrização sofrem transformações devido a
diminuição da vascularização e na reorganização das fibras de colágeno, além da
quantidade de fibroblastos.
Reparação:
Nervos: Quando ocorre a
reparação dos nervos o processo é de regeneração. Como as células do sistema
nervoso não se multiplicam, o axônio que será responsável pela regeneração,
porém só ocorre esse processo se o corpo celular não sofreu necrose. Quando a porção
distal do axônio é lesionada a degeneração é chamada de Walleriana. A lesão
irreversível na célula não processa a regeneração. A fibra lesada deixa um
caminho no qual o axônio se prolifera, assim se é importante a preservação do
endoneuro. No período inicial há a
formação de fibrina, após o aumento das
células endoteliais, fibroblastos, células de Schwann e por fim as fibras
nervosas. As fibras ricas em mielina aparecem após 4 a 6 semanas. A nova
formação das placas motoras se é feita, como também as formações das
terminações sensoriais. Quando se trata do SNC, as lesões do cérebro são
regeneradas pelos astrócitos que irão formar as fibras gliais.
Músculos: O músculo liso se
regenera, porém áreas extensas se reparam por cicatrização. O reparo do tecido
estriado cardíaco é limitada podendo dizer que a regeneração desse tecido é
inexistente. O tecido do abdômen tem a reparação incompleta, assim é comum o
aparecimento de hérnias após lesões na área.
Osso: Este tecido ósseo pode ter uma ótima reparação, porém
a cartilagem poderá formar um tecido desorganizado. O processo para a redução
da fratura ocorre para poder facilitar a reparação sem gerar deformidades. Isso
acontece devido a aproximação dos fragmentos fraturados.
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