10.
DOENÇA DE PARKINSON
É uma enfermidade
progressiva crônica do sistema nervoso, com envolvimento dos gânglios da base,
revelando perturbações no tônus, posturas anormais e movimentos involuntários.
Clinicamente o indivíduo exibe uma combinação de sinais, nominados de tríade
parkinsoniana, a saber: rigidez, tremor e hipocinesia (bradicinesia ou
acinesia).
10.1
Etiopatologia
Degeneração dos neurônios da
substância negra, que remete seus axônios para o núcleo caudado. São alterações
nos receptores dopaminérgicos, no corpo estriado, levando a uma diminuição de
dopamina nos gânglios da base Desequilíbrio dos sistemas – dopaminégico e
colinégicos. Acetilcolina ativa os interneurônios de axônios curtos do corpo
estriado e a dopamina inibe a ação colinérgica. Insuficiência de dopamina eleva
excitação dos sistemas motores esqueléticos e intrafusal via trato
corticoespinal, retículoespinal e rubroespinal. Redução nos níveis de
serotonina nos gânglios da base - tremor. Decomposição de neurônios nos gânglios
da base. Desequilíbrio dos sistemas – dopaminégicos, colinérgicos e
serotinérgicos resultando respectivamente e sistematicamente em rigidez,
bradicinésia, alterações posturais e marcha e tremor.
10.2
Etiologia
Ocorre em idade média 55
anos, com variações mais usuais entre 50 e 85 anos – mais comum em homens numa
proporção de 3:2. A etiologia é desconhecida com fortes indicadores para:
pós-infecções, intoxicações, alterações cardio-vasculares e traumatismos
cranianos diretos e indiretos. Pode ser idiopático onde ocorre sem causa óbvia
ou desconhecida e para essa forma chama-se Doença de Parkinson ou Paralisia
Agitante. Também pode ser pós-infeccioso que é causada por uma encefalite viral
(encefalite letárgica de Von Economo). O surgimento dos sintomas tipicamente
ocorrem após muitos anos. A infecção ocorre de forma insipiente por vírus. Ainda,
pode ser gerada em decorrência de agentes tóxicos que permitem que ocorra mais
em indivíduos expostos a certos tipos de venenos industriais, agentes químicos
(manganês, dissulfeto de carbono, monóxidos de carbono, MPTP-meperidina, e
heroina), drogas como certos tranquilizantes poderosos (clorpromazina e
largactil) que causam uma síndrome reversível. Também poder ser decorrente de
um AVE ou de um TCE.
10.3
Sinais clínicos
Rigidez: Uma resistência
aumentada ao movimento passivo, afetando toda a musculatura estriada (agonistas
e antagonistas) e por toda a amplitude de movimento. É descrita muitas vezes
como uma rigidez de roda-denteada, por causa da interrupção tipo catraca do
movimento passivo, que pode ser causada em parte pela presença do tremor.
É responsável pela postura
fletida, perda da oscilação recíproca dos braços e a resistência ao movimento é
tipicamente uniforme durante toda a sua amplitude.
Bradicinesia: Refere-se a
dificuldade de iniciar o movimento, a
lentidão e a pobreza de movimentos que tais pacientes exibem. Os movimentos
voluntários e automáticos estão reduzidos em sua velocidade, alcance e
amplitude. O componente rotatório do movimento está reduzido.
As fácies do paciente são
relativamente imóveis (fácies de máscara), com alargamento das fendas
palpebrais e piscadas infrequentes.
A voz é baixa e o diálogo
monótono. A escrita é pequena, trêmula e difícil de ser lida. Os movimentos
alternados finos ou rápidos estão prejudicados e a força é normal.
Tremor: É definido como
surtos involuntários, rítmicos, alternados de movimentos de grupos musculares
antagonistas. É descrito como um tremor de repouso, estático ou não
intencional, desaparecendo com o movimento voluntário, e podendo desaparecer
completamente durante o sono. É agravado pela tensão emocional, excitamento e
fadiga.
O tremor pode preceder a
rigidez em termo de surgimento. No início da doença, pode ocorrer por apenas
curtos períodos, e nos estágios mais avançados, flutuam em termo de freqüência
e intensidade. São mais comuns nos membros, mas podem ser vistos na mandíbula e
língua.
Marcha e Postura Anormais: A
marcha é caracterizada por passos hesitantes e pequenos (padrão estereotipado),
e ausência de balançar de braços que normalmente acompanha a locomoção; Existe
instabilidade ao se virar e pode ter dificuldade para parar (marcha festinada).
Apresenta uma postura fletida ao ficar de pé (postura de esquiador).
Contratura dos músculos
Flexores e Adutores; dos reflexos posturais; do equilíbrio; da resposta
protetora (quedas frequentes).
Dificuldade de rolar e
girar.
Perda de oscilação recíproca
dos braços.
Fadiga (+ comumente
relatado).
Fraqueza e Letargia - dos
movimentos de Tronco e Pélvis: do cumprimento dos passos e oscilação recíproca
dos braços, dos movimentos de Joelhos e Tornozelos.
Marcha lenta e arrastada com
projeção da cabeça para frente provocando marcha festinada.
Marcha propulsiva e Marcha
retropulsiva.
Baba (sialorréia) e dificuldade
de deglutição (disfagia).
Distúrbio na fala.
Tontura, calor, constipação,
retenção urinária (disfunção do S.N.A.).
Alterações mentais (25%),
deficiência da memória, falta de entusiasmo, apatia e dependência.
Dor mal localizada
(cãibras).
Parestesia dos membros
10.4
Complicações secundárias
Atrofia e fraqueza muscular
por desuso.
Alterações respiratórias
(pneumonia).
Alterações nutricionais (ingestão,
mastigação e deglutição).
Osteoporose: Alterações
circulatórias (edema de pés e tornozelos).
Contratura e deformidade (cifose).
Úlcera de decúbito.
10.5
Tratamento
Clínico: Levodopa ou L-dopa
– É o tratamento padrão, um precursor metabólico da dopamina, a bradicinesia e
a rigidez.
Anticolinérgicos - a rigidez
e o tremor.
Cirúrgico: Talamotomia - É
eficaz em pacientes jovens para aliviar o tremor e a rigidez quando a medicação
não resolve.
Transplante de tecido da
medula adrenal fetal, ou substância negra fetal ao núcleo caudado, para
sintetizar e liberar dopamina.
10.6
FICHAMENTO
É caracterizada por ser uma
demência inicial que exige no mínimo três características: rigidez, tremor e
hipocinesia.
É relatado pelos pacientes
que o tremor melhora ao descanso e piora ao estresse. Também é descrito por
eles uma sensação de peso gerando uma maior dificuldade de se locomover, dor na
região cervical e nos ombros aumentando a cifose e deixando-os na postura do
esquiador.
É decorrente de uma lesão
extra-piramidal que geral um aumento do tônus com característica plástica e
global sendo comprovada no teste de catraca de roda denteada (movimento
passivo).
A repercussão no tratamento
médico para se encontrar a droga ou a dosagem ideal recai sobre o tratamento
fisioterápico, pois o paciente deve estar em boas condições para realizar as
atividades. No geral, o tratamento se dá com movimentos de ativo livre à assistido
e muitos exercícios cinéticos respiratórios. Todos os envolvidos devem estar
cientes de que não existe evolução, o que se trabalha é no retardo da piora.
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